Poema do Pobre Diabo - Julio Cesar Gentil

O diabo acende um cigarro,
absorve todo o veneno mundano,
sorri da desgraça dos seus enganos
e suja a calçada com um escarro.
Observa toda a maldade humana
e pressente que o ser chamado homem
vai deitar e rolar sobre seu nome
com mentiras febris e levianas.
Um anjo lá no céu, inebriado,
debochado, gargalhava à má sorte
da suma decadência do diabo,
um bravo que ainda resistia
e fumava o cigarro mais barato,
recostado na mágoa que vivia.

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